terça-feira, 14 de junho de 2011

Quem é SANTO

O termo ‘SANTO’ é muito freqüentemente utilizado na TORÁ dos judeus para caracterizar que algo, ou alguém, é separado exclusivamente para Deus.


A palavra ‘santo’ aparece mais de 250 vezes no Antigo Testamento. Ali lemos sobre o ‘lugar santo’, o ‘santo sábado’ ou ‘shabbat’, ‘perfume santo’, ‘azeite santo da unção’, ‘santo santuário’, ‘fruto santo’, ‘dízimo santo’, ‘povo santo’ etc.

Já a palavra santificar aparece por mais de 50 vezes no mesmo Antigo Testamento.

No Novo Testamento, porção bem menor das Escrituras Sagradas, ‘santo’ aparece por cerca de 210 vezes e ‘santificar’, também, por umas 50 vezes.

O termo original dos mais antigos textos da Bíblia foi trazido para qualificar a condição daquele ou daquilo que era consagrado a Deus. O termo, muito comum no livro do sacerdócio, Levítico, traz um chamado específico de Deus ao povo hebreu: ‘portanto, santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus. E, ainda, ‘e ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus’. Textos de Levíticos 20.7 e 26 e que trazem uma mostra do tipo de relação que Deus gostaria que fosse mantida entre o homem e Ele e entre o homem e o ambiente natural.

No texto de Levítico 20.26 lemos que Deus separou aqueles que eram seus. Este é o cerne do vocábulo ‘santo’ e indica o caráter daquele que é separado. Separado de que ou de quem? Separado do mundo relativamente ao sistema de pecado que governa e influencia a vida do homem natural sobre a face da terra. Deus nos tem chamado a sermos ‘homem espiritual’ e a vivermos sob o governo e influência do Reino de Deus.

A palavra igreja vem do grego ekklesia é composta de dois radicais gregos: ek que significa para fora e klesia significa chamados. Igreja é uma palavra escolhida pelos autores da Septuaginta [a tradução grega da Bíblia Hebraica] para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a assembléia geral do ‘povo do deserto’, reunida ao apelo de Moisés.

Assim, e de forma bem simplificada, porém sem deturpação do verdadeiro sentido do termo, santo é o caráter de todo aquele que é parte da q(e)hal Yahveh ou da ekklesia.

No Novo Testamento, a palavra ‘santo’, do grego agion, aparece para qualificar: a pessoa de Jesus [Agios Tou Theo = Santo de Deus]; o Espírito Santo [Pneuma Agion]; os santos anjos [agiôn aggelôn]; o Pai santo [pater agie]; os santos profetas [agiôn prophêtôn]; os santos que habitavam em Lida [tous agious tous katoikountas Ludda]; santo lugar [agion topon]; santos da igreja que estava em Jerusalém [Nuni de poreuomai eis Ierousalêm diakonôn tois agiois]; ósculo santo [philêmati ágio]; todos os santos em toda a Acai [agiois pasin tois ousin em olé tê Akhaia].

Então, não há uma palavra para dizer que o Espírito era Santo, outra para dizer que o beijo que se dava num outro irmão era santo, ou ainda para representar que uma coisa, ou determinado lugar, era santo e, por fim, para afirmar que alguém era santo diferentemente de outra pessoa. As coisas, e pessoas, relativas à vida da igreja devem ser santas, ou seja, santificadas, separadas para o Senhor, tiradas para fora do ‘sistema mundo’, excluída do que era ‘profano’, e consagrada ao serviço do Senhor.

No cristianismo histórico brasileiro, o termo se distingue do seu verdadeiro significado bíblico. Num blog da instituição Canção Nova, lemos que ‘tanto a beatificação como a canonização pressupõem, contudo, a declaração prévia da heroicidade das virtudes praticadas pelo beato ou santo’.

E, ainda, ‘o que se entende concretamente por ‘virtudes heróicas’ ou ‘de grau heróico’? O dicionário não nos ajuda a esclarecer idéias. Ele, na verdade, diz-nos que os heróis são pessoas diferentes do comum dos mortais, ilustres e famosas pelos seus feitos clamorosos ou por terem realizado ações incríveis: no fundo, um modelo que se encontra no pólo oposto da vida ordinária. Compreende-se perfeitamente que, com esse conceito de herói, seja bastante difusa a idéia segundo a qual as ‘virtudes heróicas’ são as praticadas mediante manifestações inusuais, dando assim a entender que a normalidade por sua vez se identifica com a mediocridade’.

Então, o cristianismo histórico conseguiu desfocar a importância da vida de santidade, da qualidade do ‘santo’ como caráter de todos os cristãos, para criar uma classe de pessoas dentro da ekklesia que se tornem distintas das demais pessoas. Assim, na ekklesia passamos a ter os crentes comuns, os beatos e os santos.

Parênteses: Se, por exemplo, o senhor Karol Wojtyla, Ioannes Paulus PP.II, já era considerado ‘Santo Padre’ [o Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento de unidade quer dos Bispos quer da multidão de fiéis. Lumen Gentium, 23, conforme site http://www.vatican.va/], por que só foi beatificado em 1 de maio de 2011 e ainda não foi canonizado?

Teríamos então que proceder algumas alterações nos textos das Sagradas Escrituras para que se adéqüe o uso do termo. Assim, Tessalonicenses I Ts 5.27, apresentaria o seguinte texto: ‘pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida apenas aos irmãos que já foram canonizados. E, por favor, não a leiam a todos os demais, pois ainda não são santos’. Isto sem contar com os demais textos que, à luz da interpretação esdrúxula que a parte romana do cristianismo trouxe, devem ser adaptados, para que não entendamos que todos os irmãos a quem ele escreveu, no seu tempo [e ao longo da história], não sejam considerados santos, como ele os considerava.

Aproveitando a interpretação do cristianismo histórico brasileiro, quando Deus falou a todos os hebreus que devessem ser ‘santos’ como Ele, o Senhor é ‘santo’, está afirmando que todos devam ter ‘virtudes heróicas’, que todos os da igreja tenham ‘virtudes heróicas’. Então não podemos discriminar, não é nosso papel o de separar o trigo do joio, temos que ser santos.

Apenas para fechar: em todos os textos, não encontramos Deus exigir que alguém tivesse virtudes heróicas praticadas mediante manifestações inusuais, ou que alguém devesse fazer milhares, para então se tornarem santos. Ele apenas disse que todos fossem santos como Ele, o Senhor é santo. Em Lucas 16.17-18 lemos que ‘estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome [nome de Jesus], expelirão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes, não sofrerão males caso bebam algo envenenado, curarão enfermos pela imposição de suas mãos e eles ficarão curados’. E, em João 14.12 lemos que ‘em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim [em Jesus] fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai’. Ou seja, milagre deve ser a marca da vida do crente sobre a face da terra e isto deve ser resultado de uma vida de santidade. Ou seja, não somos santos porque fazemos milagres, fazemos milagres porque somos santos.

Nisso pensai!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Oração da Ave Maria



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‘Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito o fruto do teu ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!’

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Vamos começar este comentário fazer uma ligeira anatomia de alguns retalhos:


No Evangelho de Lucas – 1.28 e 30 – encontramos o início de um rápido diálogo entre o anjo Gabriel, enviado da parte de Deus, conforme 1.26.


Ave Maria – Nas traduções mais aceitas, o anjo inicia seu diálogo com a orientação para que Maria se alegrasse – Alegra-te. A saudação ‘Ave Maria’ era comum naquela ocasião de dominação romana. Era assim que as pessoas se cumprimentavam.


O anjo continuou dizendo a Maria ser ela muito favorecida, ou muito agraciada. Ou seja, Maria, por seu testemunho de uma serva fiel ao Deus Vivo, foi inundada pelo derramar da graça de Deus, tornando-se assim cheia da graça. A palavra graça significa favor não merecido, pois, na condição de pecadores*, nada há em nós que justifique a bondade de Deus em nosso favor, a não por sua graça.


* Romanos 3.23 nos faz lembrar que ‘todos pecaram e necessitam da glória de Deus’; o texto do apóstolo Paulo nos mostra que todos pecaram e a palavra todos não exclui nenhum dos humanos de todos os tempos. Em Romanos, ainda, 3.10, lemos que ‘não há justo, nem sequer um’.


Voltando às primeiras palavras do anjo, elas se concluem com a afirmativa de que Deus era com Maria, ou seja, Deus estava ali, visitando a sua serva amada.


Ato contínuo, Maria se perturbou e procurou entender o que significaria aquela visitação sobrenatural, bem como aquelas palavras trazidas a ela da parte de Deus. Sua atitude representa uma atitude de humildade, mas, sobretudo, o sentimento que se tem quando não se sente à altura das coisas que nos sobrevêm. Maria deveria saber de sua condição humana; a Lei Mosaica era um aio muito difícil de ser cumprido na sua integralidade e os religiosos de então ou se aferravam na sua religiosidade hipócrita ou se afundavam no sentimento de culpa com a oferenda contínua de sacrifícios que lhes trouxessem uma breve alegria por poderem se considerarem justificados e aptos para desfrutarem da presença de Deus. Ela temeu – Lucas 1.30 – eventualmente por se sentir diante de um tribunal e não diante do Deus gracioso.


Os textos ‘bendita sois vós entre as mulheres’ e ‘bendito é fruto do seu ventre’, referem à declaração profética proferida por Isabel, sua parente, conforme relato de Lucas 1.39-45.


Ambas estavam grávidas; A gravidez de Isabel era cerca de seis meses mais do que a de Maria. O bebê de Isabel – João Batista, o profeta – já se revelava ‘voz do que clama no deserto’ e foi instrumento para que sua mãe, tomada pelo Espírito Santo, pudesse exclamar palavras tão significativas.


Ela não declarou Maria como sendo sua mãe, mas como a mãe de seu Senhor. Ou seja, colocou Maria na condição de instrumento, e destacou a figura central da obra salvífica: Jesus, o Senhor. Nota: Se Jesus é Senhor, Maria não pode ser Senhora. A Bíblia não nos sugere, em nenhum momento, uma relação de co-senhorio Jesus-Maria e, além do mais, afirma que ninguém pode servir a dois senhores, afora a afirmação de que Jesus é o único intercessor entre Deus e os homens. O livro aos Hebreus nos trazem uma clara demonstração do que representa Jesus para os filhos de Deus, não havendo espaço para elevar Maria a um nível de Quarta Pessoa da Santíssima Trindade.


Assim, a primeira parte da Oração da Ave Maria é ajuntamento de parte das declarações do anjo Gabriel e das declarações profética de Isabel, sua parente.


A segunda parte da oração é a parte herege da oração, muito embora o simples fato de se levar orações aos mortos – Maria morreu, não ressuscitou e nem foi assunta aos céus, pelos relatos bíblicos – no afã de solicitar sua intercessão já caracteriza ato decorrência de interpretação errônea da Palavra de Deus. Jesus, ao nos deixar uma oração modelo, assim nos sugere: ‘quando orardes, orareis assim: Pai Nosso, que estais nos céus ...’, conforme Mateus 6.9.


Voltando, então, à segunda parte da Oração da Ave Maria, Maria não é mãe de Deus, tendo sido um instrumento através do qual Jesus se manifestasse em carne. Em sua próprio cântico – Lucas 1.46-55 – ela mesma se declarou serva de seu próprio filho.


Religiosos pagãos têm ensinado a intercessão de Maria, bem como a de outros servos do Senhor, de outras gerações, desviando a verdadeira adoração devida apenas a Deus para dedicar seus cultos, orações, preces, venerações etc a outras entidades. Em Êxodo 20 lemos sobre as Dez Leis de Deus cujos primeiros versículos nos ensinam sobre a termos outros deuses diante de Deus e nem fazermos para nós imagens de escultura, bem como a não lhes atribuirmos nenhuma sorte de culto, de nenhuma maneira, sob nenhum título sinônimo.


Além do que, todos os textos neo-testamentários sobre oração nos advertem a levarmos nossas orações apenas a Deus, em nome de Jesus.


Quem quiser dar prioridade à Oração do Pai Nosso, de coração sincero, nunca mais proferirá a Oração da Ave Maria, pois naquela oração lemos que ‘Venha o Reino de Deus’ e ‘seja feita a Sua [de Deus] vontade’.


Maria nunca deixará de ser aquela que um dia foi cheia de graça, bem-aventurada, bendita entre as mulheres, serva do Senhor, cheia do temor do Senhor, obediente, humilde, dentre tantos outros atributos.


Mas, como escreveu o apóstolo aos Romanos [11.36]: ‘porque dEle e por meio dEle e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém.’


Agora e na hora da nossa morte. Amém!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Filhos de Maria


Fico imaginando se uma pessoa pode continuar virgem mesmo após ter trazido à luz uma criança!


É muito complicado para mim aceitar a idéia de que os irmãos de Jesus, citados nas Sagradas Escrituras, tenham sido, provavelmente, seus primos ou que tenham sido pessoas com outros níveis de parentesco como querem nos fazer crer algumas pessoas ligadas à parte profanada da igreja cristã.


Não aceitar uma família maior para Jesus, atribuindo a ele a unigenitura em relação a seus pais terrenos, me parece ser um grande esforço para elevar Maria a um papel espiritual que possa lhe conferir poderes que possam colocá-la num plano semelhante ao da trindade, que deixaria de ser Pai – Filho – Espírito Santo para ser Pai – Maria – Filho – Espírito Santo.


Dessa forma Maria deixaria de ser serva, como ela mesma se autodeclara em Lucas 1.48 para se tornar senhora, como tem sido chamada por parte da igreja cristã, contrariando a advertência de Jesus em Marcos 6.24, de que ninguém pode servir a dois senhores.


Bem, o tema do Senhorio de Maria fica para outro dia.


Idem para o tema da Virgem que se tornou Mulher.


Vamos à família de Jesus, olhando para os textos bíblicos, com alguns comentários, caso necessários.


Mateus 12.46-50


Enquanto ele ainda falava às multidões, estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos, procurando falar-lhe.


Disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo.


Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos?


E, estendendo a mão para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.


Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.


Mateus 13.55-57


Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?


E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?


E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa.


Nota: A alusão à ‘sua terra’ inclui todos os concidadãos fora do núcleo familiar conforme sempre foi conhecido, composto de Pai, Mãe e Filhos. Não é próprio de padrão divino encerrar demais familiares, mesmo os mais próximos debaixo do mesmo núcleo. Por isso o texto de que o homem deve deixar pai e mãe, unir-se à sua mulher e serem ambos uma só carne; aqui começa um novo núcleo familiar, onde primos não estão incluídos pois fazem parte de outra família.


Marcos 3.31-35


Em seguida a mãe e os irmãos de Jesus chegaram; eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo.


Muita gente estava sentada em volta dele, e algumas pessoas lhe disseram: Escute! A sua mãe, os seus irmãos e as suas irmãs estão lá fora, procurando o senhor.


Jesus perguntou: Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?


Aí olhou para as pessoas que estavam sentadas em volta dele e disse: Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos.


Pois quem faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.


Marcos 6.3-4


Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.


Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa.


Nota: podemos imaginar que a considerar o número de membros que uma família tinha, àquela época, deveríamos ter um livro bíblico apenas para citar os nomes dos irmãos-primos de Jesus, caso aceitemos que a citação de Marcos 6.3 trata-se de supostos primos, e não de irmãos.


Lucas 8.19-21


A mãe e os irmãos de Jesus vieram até o lugar onde ele estava, mas, por causa da multidão, não conseguiam chegar perto dele.


Então alguém disse a Jesus: A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.


Mas Jesus disse a todos: Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a mensagem de Deus e a praticam.


João 2.12


Depois disso, Jesus, a sua mãe, os seus irmãos e os seus discípulos foram para a cidade de Cafarnaum e ficaram alguns dias ali.


João 7.3 e 5


Então os irmãos de Jesus disseram a ele: Saia daqui e vá para a Judéia a fim de que os seus seguidores vejam o que você está fazendo.


Pois quem quer ser bem conhecido não deve esconder o que está fazendo. Já que você faz essas coisas, deixe que todos o conheçam.


Até os irmãos de Jesus não criam nele.


Atos 1.14


Eles sempre se reuniam todos juntos para orarem com as mulheres, a mãe de Jesus e os irmãos dele.


Para concluir, gostaria de sugerir um blog no qual o autor trabalha o tema sob o título ‘Jesus Tinha Irmãos e não Primos, Dizem Historiadores’


Vide http://doa-a-quem-doer.blogspot.com/2009/12/jesus-tinha-irmaos-e-nao-primos-dizem.html


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os Dez Mandamentos

Conforme o site pt.wikipedia.org, os Dez Mandamentos ou o Decálogo é o nome dado ao conjunto de leis que, segundo a Bíblia, teriam sido originalmente escritos por Deus em tábuas de pedra e entregues ao profeta Moisés [as Tábuas da Lei]. As tábuas de pedra originais foram quebradas, de modo que, segundo Êxodo 34.1, Deus teve de escrever outras. Encontramos primeiramente os Dez Mandamentos em Êxodo 20.2.17. É repetido em Deuteronômio 5.6-21.



Decálogo significa dez palavras [Êxodo 34.28]. Estas palavras resumem a Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por meio de Moisés. Este, ao apresentar os mandamentos do amor de Deus [os quatro primeiros] e ao próximo [os outros seis], traça, para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho de uma vida liberta da escravidão do pecado.


De acordo com o livro de Êxodo, Moisés conduziu os israelitas que haviam sido escravizados no Egito, atravessando o Mar Vermelho dirigindo-se ao Monte Horeb, na Península do Sinai. No sopé do monte, Moisés ao receber as duas "Tábuas da Lei" contendo os Dez Mandamentos, estabeleceu solenemente um Pacto, ou Aliança, entre YHWH, ou JHVH, e povo de Israel.


Assim podem ser demonstrados os Dez Mandamentos:


1º .  Não terás outros deuses além de mim
2º .  Não farás para ti imagem de escultura [ídolos]
3º .  Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão
4º .  Lembra-te do Dia de Sábado para o santificar
5º .  Honra teu pai e tua mãe
6º .  Não matarás
7º .  Não adulterarás
8º .  Não furtarás
9º .  Não darás falso testemunho contra o teu próximo
10º . Não cobiças nada do teu próximo


Flávio Josefo, historiador e apologista judaico-romano do primeiro século, assim separa os versículos de Êxodo 20.2 a 17: O 1º mandamento está no versículo 3; os versículos 4 a 6 retratam o 2º mandamento; o versículo 7 é o terceiro mandamento; os versículos 8 a 11 são o quarto mandamento [o mais longo], e nos versículos 12 a 17 estão os demais mandamentos [um versículo para cada mandamento]. Vide Antigüidades Judaicas, Vol. 3, Cap. 5 §5.


Alguns pensadores, teólogos e lideres que influenciaram a igreja, inclusive Agostinho, consideravam os versículos 3 a 6 como 1 só mandamento. Desta forma o texto mutilado culminava apenas em 9 Mandamentos. Para se restaurar o Decálogo, tomou-se o Mandamento relativo à Cobiça, estabelendo-se a Cobiça à Mulher do Próximo e a Cobiça às Coisas do Próximo. Esta foi a versão adotada pela parte profanada da igreja.


A supressão da importância da presença de um mandamento relacionado à idolatria é o que dá sustentação ao uso de imagens, sua veneração ou adoração, cultos às entidades por elas representadas, mesmo que o texto de Êxodo 20.4-5 assim se apresente em relação às imagens de escultura:


Não farás para ti imagens de escultura [de qualquer ordem]
Não as adorarás
Não lhes darás culto

Você conhece instituições cristãs que mantém estas práticas?


Em Isaías 44.9-20 lemos sobre a ‘loucura da idolatria’.


Há cultos, grupos e tradições de caráter ‘cristão’ que, se removida a idolatria e práticas afins, se esvaziam, perdem sua finalidade, grande parte de suas ações cultuais.

Antes de concluir, alguns versículos sobre a situação daqueles que adoram, veneram ou prestam cultos a ídolos ou a imagens esculpidas, fundidas etc, conforme apêndice da Bíblia de estudo Vida Nova:

Esquecem-se de Deus - Dt 8.19 e Jr 18.15
Desviam-se de Deus - Ez 44.10
Poluem o nome de Deus - Ez 20.39
Contaminam o santuário de Deus - Ez 5.11
Estão alienados de Deus - Ez 14.5
Odeiam a Deus - II Cr 19.2-3
Provocam a Deus - Dt 31.20, Is 65.3 e Jr 25.6
São ignorantes e insensatos - Rm 1.21-22
Apegam-se ao engano - Jr 8.5
Ufanam-se da idolatria - Sl 97.7
Têm comunhão com demônios - I Co 10.20
São vãos em sua imaginação - Rm 1.21

A Bíblia cita a palavra Idolatria em 8 versículos
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Imagens de Escultura, 24 vezes
Idolos, 94 vezes

Antes de sair por aí revoltado com as revelações que chegam ao seu conhecimento, esbravejando, manifestando preconceitos religiosos, levantando-se contra seus tutores ou mentores espirituais, caindo em decepção contra credos e credos ... busque a Deus, adquira uma Bíblia Sagrada e leia com coração aberto, não sem antes orar e pedir a Deus que mostre a você mesmo[a] qual é a vontade dEle para você.

Encerro com o texto de Romanos 11.32-36:

'Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas glória, pois, a ele eternamente. Amém.



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Roubaram o 2º Mandamento

Se você ler o texto das Escrituras Sagradas de Êxodo 20, vai descobrir que a igreja cristã - ao menos parte dela - decidiu esconder o mandamento relativo à produção de imagens de escultura, sua veneração, adoração e cultos relativos, para justificar toda uma doutrina inclusiva para associar outras doutrinas, inclusive as que envolvem adoração a demônios, e manter fiéis expostos a crendices, a autoridades eclesiásticas, afastando a comunidade da fé da verdadeira adoração e dependência de Deus.
Como ficariam apenas 9 Mandamentos, decidiu-se, seguindo pensamento de Agostinho, quebrar o 10º Mandamento em dois. É o mandamento relativo à Cobiça, que se transforma em 9º Mandamento, Não Cobiçar a Mulher do Próximo, e 10º Mandamento, Cobiçar as Coisas do Próximo.

No artigo 'Os Dez Mandamento' você conhecerá um pouco mais sobre o assunto.